Por Juliette Savin
Com o aumento da população mundial, a demanda por fontes de proteína também está crescendo. As fazendas de gado já estão usando bastante área, recursos e causando danos ambientais. Entretanto, a produção de gado para corte não deve aumentar, mas diminuir. A outra óbvia fonte de proteína disponível para o ser humano é o peixe, e o consumo mundial está crescendo. Mas a captura de peixe nos oceanos também já chegou, ou está chegando, ao seu limite.
No momento 50% do peixe consumido no mundo é produzido em fazendas de aquicultura, e a aquicultura está crescendo para atender a demanda mundial por pescado. De acordo com um estudo da FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), para manter o nível atual de consumo de peixe por pessoa, a indústria da aquicultura teria que produzir 80 milhões de toneladas de peixe em 2050. Para alcançar esse numero, este setor deve crescer no mundo inteiro. E para crescer de maneira sustentável, deve primeiro resolver uma série de problemas.
A aquicultura se tornou um perigo para os ecossistemas em vários lugares do mundo, por que polui (gera poluição orgânica no fornecimento de ração e pela própria matéria fecal do peixe além da poluição química para controle de doenças), pode aumentar a disseminação de espécies não nativas nas áreas de cultivo, assim como facilitar a disseminação de doenças entre espécies cultivadas e espécies nativas. Outro problema é que os peixes de maior valor comercial (normalmente são os carnívoros e de tamanho maior) cultivados em fazendas precisam de ração fabricada com proteína de outros peixes, e as fazendas acabam consumindo uma quantidade de peixe maior que a produzida...
Surgiu recentemente um novo tipo de aquicultura em mar aberto (ou ‘offshore’), em vários lugares do mundo como a Ásia, o Caribe, e o Mediterrâneo. Nessas fazendas o cultivo é realizado através de jaulas flutuantes, que podem ser de superfície ou submersíveis.
“Motivadas pelas restrições de espaço em fazendas no litoral, as fazendas em mar aberto estão mostrando que trazem benefícios tanto para o ambiente quanto para a saúde dos peixes” explica o cientista Richard Langan, diretor do Programa para Aquicultura em Mar Aberto da Universidade do New Hampshire (Open Ocean Aquaculture Program).
Será que essas fazendas em mar aberto são o futuro da aquicultura? Alguns especialistas criticam essa nova prática, que pode disponibilizar o fundo do mar às corporações e levar à privatização do último lugar que ainda permanece realmente comum: o oceano.
Qual futuro então para a aquicultura?
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