Por Renan Longo
Todas às vezes que visito a Mata Atlântica, seja no Rio de Janeiro ou em qualquer outro local da costa brasileira, além de apreciar sua beleza única, fico imaginando até quando ela irá perdurar?! Primeiramente, observo que em muito locais a Mata Atlântica está fragmentada e com formação de borda de mata, o que modifica suas características originais, podendo causar alterações na estrutura, composição e na abundância relativa das espécies, na parte marginal do fragmento. Podemos ainda citar como consequência destas inserções: a perda de espécies nativas e a invasão por espécies exóticas; erosão do solo; e perda de qualidade da água na bacia de drenagem local.
Nos últimos 25 anos nosso país perdeu pelo menos 1.722.100 hectares de Mata Atlântica (Fonte: INPE), o quê nos atenta para a necessidade de movimentos de proteção desse bioma. Por incrível que pareça, o Rio de Janeiro é, ainda, o segundo estado com maior percentual de Mata Atlântica remanescente no território brasileiro (18,38%), ficando atrás apenas para o estado de Santa Catarina (22,10%) (Fonte: SOS Mata Atlântica). Isso deixa claro que ainda podemos, e temos sim, que preservá-la.
No Rio de Janeiro ainda existem belos locais de mata preservada, como na Costa Verde (Municípios de Mangaratiba e Angra dos Reis), onde Bugios e Jaguatiricas podem ser vistos com certa freqüência. Em contrapartida, na mesma Costa Verde, podemos observar grandes áreas de proteção ambiental invadidas, com casas, pastagens e plantações extensas. Não só no Rio de Janeiro, mas como no Brasil inteiro, precisamos estar mais atentos ao efeito de borda e suas respectivas consequências para Mata Atlântica e para nós, antes que seja tarde demais.
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